O descolamento prematuro da placenta (DPP), é uma complicação grave da gestação, na qual a placenta descola-se parcial ou completamente do útero antes da hora do parto. Sua gravidade deve-se ao fato de que o descolamento pode privar o bebê de oxigênio e nutrientes, como também provocar hemorragia, levando a uma volumosa perda de sangue por parte da mãe.

A placenta é um órgão materno-fetal que só existe durante a gravidez. Sua principal função é prover oxigênio e nutrientes para o feto, através da troca de sangue com a mãe. O órgão é constituído de duas faces, uma que fica colada à parede do útero, ligada a centenas de vasos sanguíneos maternos, e outra voltada para o feto, que é onde conecta-se o cordão umbilical.

Quando uma parte da placenta se descola, essa parte deixará de receber o sangue da mãe. A saúde do feto, nesta situação, passa a depender da capacidade de transferir sangue da placenta restante que ainda permanece ligada ao útero. Como é de se imaginar, quanto maior for o descolamento placentário, maior é o risco de surgir sofrimento fetal.

Em geral, o descolamento prematuro da placenta vem acompanhado de sangramento vaginal. Entretanto, o sangue pode ficar preso entre a parede do útero e a placenta, não havendo sintomas que levam a uma investigação. Nestes casos, o descolamento pode progredir silenciosamente, aumentando os riscos para a mãe e o bebê.

Alguns fatores de risco que podem colaborar com o problema são hipertensão arterial, a pré-eclâmpsia ou eclampsia, uso de cocaína, tabagismo, rompimento precoce da bolsa d’água, idade acima de 40 anos, distúrbios da coagulação sanguínea, gravidez gemelar – a súbita descompressão uterina após o nascimento do primeiro bebê pode fazer com que a placenta desprenda-se enquanto o segundo bebê ainda está dentro do útero – e, por fim, a ocorrência de descolamento prematuro em gravidez anterior.

O DPP pode causar problemas graves tanto para a mãe quanto para o bebê. Para a mãe, o desprendimento da placenta pode levar a: choque circulatório, devido à perda de sangue; alterações da coagulação sanguínea (coagulação intravascular disseminada); anemia grave com necessidade de transfusão de sangue e falência dos rins e de outros órgãos.

A presença de sangramento vaginal associado a dor abdominal e um útero altamente rígido ao exame ginecológico fala fortemente a favor de descolamento da placenta. Anormalidades na freqüência cardíaca fetal, hipotensão materna ou sinais de coagulação intravascular disseminada (hemorragia, anemia, oxigenação baixa do sangue e alteração nas provas de coagulação) aumentam a possibilidade do diagnóstico. Daí a importância do pré-natal e de comunicar qualquer ocorrência estranha ao ginecologista para que as medidas possíveis sejam tomadas e que, geralmente, inclui a indução do parto para evitar sofrimento ao feto e complicações para a mãe.  

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