A epilepsia é uma alteração temporária e reversível do funcionamento do cérebro, que não tenha sido causada por febre, drogas ou distúrbios metabólicos. Muitas pessoas costumam compará-la a um curto circuito – durante alguns segundos ou minutos, uma parte do cérebro emite sinais incorretos, que podem ficar restritos a esse local ou espalhar-se. Quando restrito, a crise é chamada parcial ou focal; se envolver os dois hemisférios cerebrais ao mesmo tempo, chama-se generalizada. Essa diferença é o que causa sintomas mais ou menos evidentes.

Em crises de ausência, a pessoa apenas pode se apresentar “desligada” por alguns instantes, retomando o que estava fazendo em seguida. A crise pode ser, inclusive, imperceptível para quem não conhece a pessoa. Acontece em crianças e jovens.

Em crises parciais simples, o paciente pode experimentar sensações, como distorções de percepção ou abalos\ de uma parte do corpo. Ele pode sentir um medo repentino, um desconforto no estômago, ver ou ouvir de maneira diferente. Se, além disso, perder a consciência, a crise será chamada de parcial complexa. Depois do episódio, enquanto se recupera, a pessoa pode sentir-se confusa e ter déficits de memória. Caso esteja próximo a uma pessoa com crise epilética, o recomendado é tranquilizá-la e ajudá-la a chegar em casa, ou contatar um parente, caso necessário.

Em crises tônico-clônicas, o paciente primeiro perde a consciência e cai ao solo, ficando com o corpo rígido; depois, as extremidades do corpo tremem e contraem-se. Se a crise durar menos de 5 minutos e você souber que a pessoa é epiléptica, não é necessário chamar um médico. Acomode-a, afrouxe suas roupas (gravatas, botões apertados), coloque um travesseiro sob sua cabeça e espere o episódio passar. Mulheres grávidas e diabéticos merecem maiores cuidados. Depois da crise, a pessoa pode ficar confusa, por isso, lembre-se de orientá-la sobre o que aconteceu, se precisa de ajuda para ir para casa. Vale ressaltar que não se deve colocar a mão na boca do paciente em crise – isso é mito e pode causar ferimentos.

As causas da epilepsia podem ser variada e vão desde ferimentos sofridos na cabeça, até traumas na hora do parto, abusos de álcool e drogas, tumores e outras doenças neurológicas que também podem facilitar o aparecimento da epilepsia.

Exames de eletroencefalograma (EEG) e imagem são ferramentas que auxiliam no diagnóstico. O histórico clínico do paciente, porém, é muito importante, já que exames normais não excluem a possibilidade de a pessoa ser epiléptica. Se o paciente não se lembra das crises, a pessoa que as presencia torna-se uma testemunha útil na investigação do tipo de epilepsia em questão e, consequentemente, na busca do tratamento adequado.

Em geral, se a pessoa passa anos sem ter crises e sem medicação, pode ser considerada curada. O principal, entretanto, é procurar auxílio o quanto antes, a fim de receber o tratamento adequado. As drogas antiepilépticas são eficazes na maioria dos casos, e os efeitos colaterais têm sido diminuídos. Muitas pessoas que têm epilepsia levam vida normal.