A idade avançada é o fator de risco mais conhecido e importante para o desenvolvimento da doença de Alzheimer – tipo de demência que provoca o declínio das funções cognitivas, reduzindo as capacidades de trabalho e relação social e interferindo no comportamento e na personalidade do paciente. Com a evolução do quadro, o Alzheimer causa grande impacto no cotidiano da pessoa, afetando a capacidade de aprendizado, atenção, orientação, compreensão e linguagem. A pessoa fica cada vez mais dependente da ajuda dos outros, até mesmo para rotinas básicas, como a higiene pessoal e a alimentação.
Para além do envelhecimento, há muitos estudos em curso que associam possíveis fatores de risco para o desenvolvimento do Alzheimer. Entre eles, estão exposição ou ingestão de substâncias tóxicas como álcool, chumbo, alumínio, e solventes orgânicos, medicamentos diversos, trauma craniano, exposição à radiação, estilo de vida, estresse, infecções, doenças imunológicas, câncer, altos níveis de colesterol e de homocisteína, a obesidade, diabetes e baixo nível de escolaridade.
Apesar de as pesquisas serem importantes para conhecermos melhor não somente sobre a patologia, mas também sobre o funcionamento cerebral e avançarmos sempre, a idade avançada e a baixa escolaridade constituem os principais fatores de risco para o desenvolvimento da doença.
A maior parte dos casos de Alzheimer, cerca de 95%, acomete pessoas com mais de 65 anos de idade. Apenas 5% dos casos mostram-se com herança genética bem determinada. Nestes casos costumam haver manifestações entre 40 e 50 anos de idade. No caso de pessoas com menos idade, a doença evolui mais rápido. Dentre outros fatores estão: o diabetes mellitus, as doenças vasculares e a desnutrição.
Há alguns indícios de que existam fatores genéticos e ambientais que podem precipitar a doença, mas eles ainda são incipientes e carecem de mais pesquisa.
Entre os possíveis fatores de risco, estão inclusos histórico familiar para a Doença de Alzheimer, a Doença de Parkinson ou a Síndrome de Down; ser do sexo feminino; ter sido acometido por doença da tireoide, especialmente o hipotireoidismo; ter baixa formação educacional e, ainda, ter passado por depressão de início tardio.
Especificamente sobre o histórico familiar, o que se observa é que a incidência da doença de Alzheimer num parente em primeiro grau aumenta o risco de desenvolvimento de demência em aproximadamente quatro vezes. Além disso, as pessoas que desenvolvem Doença de Alzheimer aos 60 anos, ou mais jovens, provavelmente terão mais parentes com o Alzheimer do que as pessoas que apresentam a patologia de início tardio. A história familiar da doença de Parkinson ou Síndrome de Down pode aumentar o risco para Doença de Alzheimer.
Diversos estudos também sugerem que as mulheres parecem correr maior risco em desenvolver a doença. Os fatores que parecem explicar esse fenômeno incluem diferenças hormonais entre homens e mulheres, diferentes exposições ambientais no decorrer da vida e diferenças na formação educacional.
Por fim, um estudo mostrou que uma pessoa sem formação educacional e acima de 75 anos provavelmente corre risco duas vezes maior de sofrer de demência que uma pessoa que completou ao menos o primeiro grau. Foi sugerido que a formação educacional elevada pode reduzir o risco de Alzheimer, possivelmente através da criação de uma reserva ou limiar mental maior, que atrasa o início dos sintomas clínicos. No entanto, a alta formação educacional pode também permitir aos pacientes compensar alguma perda de memória, ou disfarçar os sintomas, tornando o diagnóstico mais difícil. Estas hipóteses têm feito a comunidade científica questionar se a falta de estudos é realmente um fator de risco para o Doença de Alzheimer.